Washington, 10 de abril de 2025 — Em um movimento surpreendente, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom mais conciliador em relação à China, dias após um novo capítulo da guerra comercial entre os dois países ter intensificado tensões no cenário internacional. Durante um comício realizado na Flórida, Trump declarou ser "amigo" do presidente chinês, Xi Jinping, apesar das recentes medidas econômicas que reacenderam o conflito entre as duas maiores economias do mundo.

A declaração ocorre na esteira de tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, o que provocou resposta imediata de Pequim com sanções equivalentes. A escalada reacendeu preocupações nos mercados globais, especialmente em setores como tecnologia, agricultura e manufatura.

"Xi é um homem inteligente, forte, e nós sempre tivemos um bom relacionamento. Não tenho dúvidas de que podemos encontrar soluções benéficas para ambos os países", afirmou Trump diante de uma plateia de apoiadores. A fala marca uma mudança significativa em relação ao tom adotado recentemente, quando o republicano havia acusado a China de práticas comerciais desleais e espionagem industrial.

Analistas políticos enxergam a mudança de discurso como uma possível tentativa de Trump de suavizar o impacto político e econômico das medidas que vêm sendo criticadas por empresários e líderes do setor produtivo. "Essa retórica mais amistosa pode ser estratégica, visando a redução da volatilidade nos mercados e a preservação de relações diplomáticas mínimas", explicou a professora de Relações Internacionais da Universidade de Georgetown, Laura Simmons.

Por sua vez, o governo chinês ainda não se manifestou oficialmente sobre a nova declaração do ex-presidente norte-americano. No entanto, fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores da China afirmam que o país mantém a disposição para o diálogo, desde que os Estados Unidos adotem uma postura mais previsível e respeitosa em suas tratativas.

A guerra comercial entre EUA e China tem sido um dos temas mais sensíveis no cenário geopolítico contemporâneo, com impactos diretos sobre cadeias de suprimento globais, políticas cambiais e estabilidade econômica. A retomada de um diálogo construtivo pode ser essencial para evitar novos choques no comércio internacional.