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COP30: Cúpula dos Povos debate efeito da crise climática para a mulher
Demarcação de terras indígenas foi defendida por participantes
Radioagência Nacional - Por Sayonara Moreno - enviada especial da Rádio Nacional
Publicado em 14/11/2025 17:30
Meio Ambiente
© Sayonara Moreno/Rádio Nacional

No terceiro dia de atividades da Cúpula dos Povos, no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, organizações civis e movimentos sociais finalizaram as plenárias temáticas iniciadas nessa quinta-feira (13).

Um dos debates desta sexta foi sobre o impacto da crise climática sobre as mulheres, sobretudo as amazônidas e de territórios tradicionais. A indígena Valdenira Hino Kuin destacou os efeitos das mudanças do clima nos territórios e defendeu a demarcação das terras indígenas.  

"Nós mulheres indígenas viemos dizer sobre a mudança climática que vem nos afetando e as invasões que vem acontecendo. Nós precisamos também da demarcação dos territórios, porque sem territórios demarcados não tem como a gente fazer nossas preservações".

A Cúpula dos Povos, evento paralelo às atividades oficiais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), promoveu plenárias de seis eixos temáticos: Justiça Climática e Reparação; Transição Justa, Popular e Inclusiva; Soberania Alimentar; Direitos Territoriais e das Florestas; Internacionalismo e Solidariedade; e Perspectivas Feministas e dos Povos nos Territórios. 

Também participou da plenária das mulheres a indígena do Peru Lourdes Huanca, da Vía Campesina. Ao se referir à terra como Pachamama, Lourdes disse que ela é inegociável.  

"Não negociamos com nossa mãe Pachamama, não negociamos com a Mãe Terra. Somos rebeldes, por isso, companheiras. Somos perseguidas por defender nossos territórios, por dizer não ao sangue da Pachamama, que é água. Temos que defender nossa mãe Terra, nossa avó, o mar, o rio. Sem água não há vida, por isso estamos conectadas, companheiras". 

Eunice Guedes, da Articulação de Mulheres Brasileiras, criticou a falta de financiamento para uma transição energética justa por parte dos países do Norte Global, e defendeu que as demandas das mulheres sejam incluídas na Carta dos Povos.  

“Mulheres diversas, atingidas, camponesas, indígenas, negras, ribeirinhas, extrativistas, possam dizer que não concordamos com isso, que nós demandamos justiça de gênero para as mulheres. Propondo questões pra gente levar, tanto por documento que a gente vai entregar para o presidente da COP - e nesse documento tem que estar nós, mulheres, as nossas vozes, as nossas demandas”.

A carta dos povos deve ser entregue à presidência da COP30 em uma audiência pública, neste domingo, no campus da UFPA. Antes disso, a programação da Cúpula dos Povos prevê uma marcha unificada - a Marcha Global por Justiça Climática - pelas ruas de Belém e em outras cidades de todo o país, neste sábado.  

Fonte: Radioagência Nacional
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